sexta-feira, 30 de março de 2018

LUAS DE JÚPITER - GALILEANAS


Em 07 de janeiro de 1610, há mais de 408 anos, Galileu Galilei descobria quatro satélites de Júpiter - Io, Europa, Ganimedes e Calisto. Seriam estes os quatro primeiros dos mais de 60 de que se tem notícia atualmente. Ao olhar Júpiter pelo telescópio, o astrônomo italiano pensou ter visto estrelas em torno do planeta. Após acompanhamento durante algumas semanas ele percebeu que os corpos não se tratavam de estrelas, e sugeriu a existência de satélites na órbita de Júpiter, que ficaram conhecidos como Luas de Galileu. Inicialmente Galileu utilizou números romanos para identificar as Luas - Júpiter I, Júpiter II, Júpiter III e Júpiter IV.


Em 1614 houve uma controvérsia onde o astrônomo alemão Simon Marius afirmou ter descoberto as quatro luas de Júpiter antes de Galileu. Essa disputa continuou por séculos e somente em 2003 foi esclarecida por autoridades que acreditam ter sido Marius o primeiro a ter descoberto os satélites, porém tomando notas somente após Galileu. Somente no século XX a nomenclatura sugerida por Marius para os satélites passou a ser utilizada. Júpiter I, II, III e IV agora eram chamados de Io, Europa, Ganimedes e Calisto, em alusão às amantes de Zeus (mitologia grega). As quatro luas são as maiores das 69 de Júpiter.

IO


Io possui um diâmetro de 3643 quilômetros. O satélite é o que fica mais próximo do planeta e possui uma atividade vulcânica que atinge temperaturas por volta dos 1700 ºC, bem maior do que os da Terra. Atribui-se a essa atividade, interações gravitacionais da lua com Júpiter e até mesmo com Europa e Ganímedes. A coloração excêntrica da superfície é resultante do enxofre e do dióxido de enxofre presentes no satélite e pelas temperaturas liberadas por sua atividade vulcânica.



Io, lua de Júpiter (Foto: Wikimedia/NASA)






EUROPA


Europa, com 3122 quilômetros de diâmetro é a menor entre as luas galileanas. Com uma superfície congelada e composta por materiais mais escuros, tem um aspecto de que teve a crosta separada e depois preenchida. Acredita-se que exista água líquida num extenso oceano abaixo da crosta de gelo.
Assim como a Terra, o satélite possui um núcleo composto por ferro e níquel que, por sua vez, é coberto por uma camada rochosa.

Europa, Lua de Júpiter (Foto: Wikimedia/NASA)













GANIMEDES


Ganimedes é o maior satélite do Sistema Solar. Com 5262 quilômetros de diâmetro o satélite chega a ser maior que o planeta Mercúrio (4879 Km) e que a Lua terrestre (3474 Km). Sua superfície possui terra e água salgada, assemelhando-se à Terra. Com o Hubble, cientistas da NASA identificaram um espesso oceano (cerca de 100 quilômetros). 

Ganímedes, lua de Júpiter (Foto: Wikimedia/NASA)


CALISTO


Para finalizar, Calisto é a lua galileana mais distante de Júpiter. Possui uma superfície repleta de impressões de impacto (crateras), e por conta disso estima-se que seja uma das mais antigas do Sistema Solar, com 4,5 bilhões de anos. No início o Sistema Solar era extremamente instável, com muitos corpos colidindo entre si. O número acentuado de crateras sugere tratar-se de um corpo que remonta ao princípio da formação do Sistema. Calisto é composto por gelo e rocha e seu núcleo provavelmente contém silicato (silício e oxigênio) conforme a NASA. A existência de água líquida abaixo da superfície é bastante provável.
Calisto, lua de Júpiter (Foto: Wikimedia/NASA)

Ao clicar no texto em negrito você acessará uma tradução inglesa do Sidereus Nuncius (Sidereus Nuncius - O Mensageiro das Estrelas), famoso trabalho de Galileu onde este descreve as suas descobertas feitas com o telescópio. As páginas 17 e 18 contém as suas observações das luas de Júpiter.

A edição original também está disponível online.

O Stellarium, programa de simulação de um planetário pode ser baixado gratuitamente aqui.



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