COMETAS

COMETA C/2019 U6 (Lemmon)

         Segundo o Minor Planet Center (MPC-IAU), esse objeto foi descoberto em 31 de outubro de 2019 pelos observadores R. A. Kowalski e T. A. Pruyne (Mount Lemmon Survey) porém com aspecto asteroidal de magnitude 20,5.            Inicialmente foi catalogado como A/2019 U6. No entanto, já a partir de dezembro de 2019 diversos observadores identificaram características cometárias, seja pela presença de uma coma bem como de uma pequena cauda desse objeto. No Brasil esse astro foi observado por Marco Goiato (Araçatuba/SP) nos dias 30 de março e 19 de abril quando o seu brilho foi estimado nas magnitudes 11,5 e 10,3 respectivamente.
         Com a publicação da MPEC 2020-F136 o astro recebeu a designação de cometa. Usando os elementos orbitais publicados na MPEC 2020-H67 e parâmetros fotométricos calculados recentemente por Seiichi Yoshida (H0 = 6,5 e n = 8) a apresentação de sua aparição foi atualizada pelo REA BRASIL. 
          Na terceira semana de maio o cometa ingressou na constelação de Cão Maior, permanecendo nessa constelação até o dia 4 de junho. Durante esse intervalo seu brilho variou de 7ª para 6ª magnitude. Em 27 de maio ele passou a apenas 0,5° ao norte do aglomerado aberto M41. Entre 25 de junho e 3 de julho o cometa atravessou a constelação de Sextante. De 4 a 10 de julho ele atravessa a parte sudeste da constelação de Leão, nas proximidades da estrela sigma Leonis. Nessa ocasião seu brilho diminui para a 6ª magnitude. Em 11 de julho ele ingressa na constelação de Virgem, próximo às estrelas nu e omicron Virginis, enquanto seu brilho diminui para a 7ª magnitude. Nos dias 19 e 20 de julho o cometa está em conjunção com a galáxia M87 (galáxia referente à imagem radiotelescópica do buraco negro em 2019). Entre 22 de julho e 2 de agosto o cometa atravessa na parte sul da constelação da Cabeleira de Berenice enquanto seu brlho diminui da 7ª para a 8ª magnitude. Em 28 de julho ele se situa 1,5° ao sul da estrela alpha Comae Berenices. Durante a primeira quinzena de agosto o cometa ingressa na constelação de Boieiro, porém seu brilho diminui da 8ª para a 10ª magnitude. Em 13 de agosto ele se situa 1,2° ao norte de Arcturus.





©2007 Yoshida - soft Comet for Windows









COMETA C/2020 F8 (SWAN)



"Como anunciado na MPEC 2020-G94, esse cometa foi detectado em imagens do instrumento SWAN (Solar Wind Anisotropies), à bordo da sonda SOHO, por Michael Matiazzo em 25 de março de 2020. A partir de 9 de abril o astro já era registrado por observadores na superfície terrestre cujo brilho foi medido entre as magnitudes 9 e 11. Em meados de abril o cometa se encontra em declinações austrais, sendo, portanto, favorável à observação no hemisfério sul ao amanhecer. A MPEC 2020-H67 atualizou os elementos orbitais e indicou uma excentricidade ligeiramente superior a 1, o que significaria uma órbita hiperbólica. No entanto, como são elementos osculatórios, há de se aguardar se esse valor se manterá acima de 1.
No domingo, 12 de abril, esse cometa foi visível ao amanhecer no limite das constelações de Grou, Peixe Austral e Escultor, cerca de 7,5 graus ao sul da estrela Fomalhaut. Alexandre Amorim observou o cometa às 08:20 TU do dia 12 de abril e estimou o brilho total da coma em magnitude 8,1 por meio de um refrator de 90mm f/10 apesar da interferência do luar. Na mesma data Luiz Araújo (Pelotas/RS) obteve uma imagem do cometa e José Guilherme Aguiar (Campinas/SP) observou visualmente o cometa e estimou nas magnitudes 7,9 e 8,1 usando binóculos de grande abertura. Nos dias 12 e 13 de abril o cometa se situou cerca de 0,8 graus ao sul da galáxia IC 1459 (10ª magnitude). Na madrugada do dia 13 de abril no cometa foi discernido por meio de binóculos e avaliado na 8ª magnitude. Durante a terceira semana de abril a Lua interfere na visibilidade do cometa, cenário que deve melhorar a partir do dia 18 com a proximidade da Lua Nova.
Em 16 de abril ele ingressou na constelação de Escultor, mantendo sua visibilidade matutina. Em 19 de abril o cometa se situou 0,7° à oeste da estrela gamma Sculptoris (magnitude 4,4).
Entre 26 e 30 de abril ele atravessou a parte sudeste da constelação de Aquário e seu brilho foi estimado entre a 5ª e 6ª magnitude. Devido ao valor da condensação central (acima de 6), alguns observadores conseguiram discernir o cometa no limite da visibilidade à olho nu em céus escuros.
Em 1º de maio ele ingressou na constelação de Baleia e, no dia seguinte, 2 de maio, seu brilho foi avaliado na 5ª magnitude, sendo discernido a olho nu por A. Amorim. No início de maio seu brilho parou de aumentar, mantendo-se em torno de magnitude 5,5 (veja curva de luz abaixo).
Nos dias 4 e 5 de maio ele esteve em conjunção com a estrela iota Ceti (magnitude 3,5).
Entre os dias 9 e 14 de maio ele atravessa a constelação de Peixes e se torna cada vez mais difícil observá-lo em virtude das luzes do crepúsculo matutino. Embora o brilho máximo previsto inicialmente fosse entre a 3ª e 4ª magnitude, recomenda-se observá-lo por meio de binóculos e dispor de um horizonte leste completamente livre de obstáculos. Em 12 de maio ele passa mais próximo da Terra, numa distância de 0,55 ua (83 milhões de km). A partir do dia 14 de maio o cometa deixa de ser visível no hemisfério sul. Seu periélio ocorre em 27 de maio quando passa 0,43 ua (64,3 milhões de km) do Sol." (Texto integral creditado a ©2020 Costeira1 (Cometas/REA e Cometas/UBA))




COMETA 46P/Wirtanen


Domingo (16/12/18) foi uma noite especial para astrônomos do mundo todo. O Cometa 46p-Wirtanen fez sua maior aproximação com a Terra (cerca de 12 milhões de quilômetros). Sua magnitude tornou possível identificá-lo a olho nu e proporcionou momentos interessantes para fotografá-lo. 
A imagem foi registrada na noite do dia 15 para o dia 16 de dezembro de 2018, utilizando um telescópio SW200mm, Câmera Canon T1i modificada e Câmera ASI120 para guiagem. Foram 9 frames de 25s. 
Este foi um dos 10 cometas que passou mais próximo à Terra em 70 anos!
"Este cometa periódico foi descoberto há 70 anos no dia 17 de janeiro de 1948 por Carl A. Wirtanen (Observatório Lick, Califórnia) ao examinar as chapas fotográficas expostas com o astrógrafo de 20 polegadas f/7.4 do Carnegie.

Naquela ocasião o cometa estava na constelação de Touro, com magnitude 16. Desde então foi reobservado em todas as suas passagens pelo periélio exceto em 1980. Mourão informa que em 1972 o cometa teve uma significativa aproximação com Júpiter suficiente para reduzir o período orbital em 9 meses. Em 1984 o cometa novamente se aproximou de Júpiter e alterou seus elementos orbitais, de modo que o período mais recente fica em 5,44 anos.
Ele foi acompanhado pelos observadores brasileiros na aparição de 2008.
A atual passagem de 2018 é muito favorável pois o astro passa 11,6 milhões de km da Terra no dia 16 de dezembro de 2018. Informações sobre a atual aparição estão disponíveis no Anuário Astronômico Catarinense 2018, páginas 142-5. Apesar de os parâmetros fotométricos calculados com base em nossas observações visuais indicarem que o máximo brilho do cometa possa atingir valores entre a 3ª e 4ª magnitudes, deve-se ter cautela em virtude da aproximação do astro, pois em situações similares é normal a coma apresentar um diâmetro aparente muito maior do que nas passagens anteriores e o grau de condensação assumir valores menores - de modo que o aspecto visual do astro possa ser de difícil detecção, principalmente sob interferência do luar.
Em 6 de outubro de 2018 Marco Goiato (Araçatuba/SP) observou esse cometa e avaliou seu brilho em magnitude 11,4. Tal estimativa era quase 2 magnitudes mais fraca do que as efemérides iniciais. Segundo os demais registros visuais feitos no Brasil no início de novembro de 2018 o cometa se apresenta com um brilho cerca de 1 magnitude mais fraco do que a previsão inicial. Usando 120 observações visuais feitas no Brasil até a primeira quinzena de dezembro de 2018, o brilho do cometa parece seguir os parâmetros Ho = 8,8 e n = 12. Mantendo esses parâmetros o máximo brilho do cometa deve atingir magnitude 4 em meados de dezembro de 2018.

Na noite de 26-27 de novembro de 2018 Marco Goiato (Araçatuba/SP) conseguiu discernir esse cometa a olho nu, avaliando o brilho da coma em magnitude 5,2 porém com um diâmetro de 1° e grau de condensação 2 (segundo escala do ICQ). Assim, salvo evidência em contrário, Marco Antônio Coelho Goiato foi o primeiro observador brasileiro a detectar visualmente o Cometa 46P/Wirtanen a olho nu. Na segunda semana de dezembro de 2018 o cometa é discernido a olho nu por diversos observadores." (Texto integral - Créditos totais a ©2020 Costeira1 (Cometas/REA e Cometas/UBA))

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